terça-feira, 26 de junho de 2012

A Moção de Censura


              Ontem, com os calores a fazerem desaparecer em mim qualquer laivo de inspiração para escrever, fui pôr-me a ver, na 2, a deputança mais a governança, tudo a censurar e a contra-censurar e, como aliás esperava, pude assistir a todos aqueles chorrilhos de meias-mentiras, de meias-verdades, demagogias e parvoíce, vindas em catadupa dos dois lados (e também dos outros tristes do nem-sim-nem-não).

Do lado censurante ouviram-se as invectivas azedas e convictas do costume, do lado censurado umas demagogias, sempre apoiadas na tal pergunta a que os censurantes até hoje nunca responderam e ontem também não: "...mas o que queriam que se fizesse a escassas semanas de se ter de deixar de pagar ordenados e pensões?"
É que quando a palavra bancarrota deixa de ser uma palavra para se traduzir em caos e miséria imediata, da real, faminta, para milhões, não há palavra de ordem indignada ou ideológica que consiga responder; gritam-se, é certo, mas não respondem!

A coisa lá se finou como já se sabia e, provavelmente, não seria isso razão para não ser feita, mas convenhamos que gastar este direito democrático de censurar, quando o país está totalmente aluado em futebóis, é no mínimo, cretino, e por certo um tiro no pé.

A menos que o PCP tenha apostado mal no seu totobola político e estivesse convencido que o pessoal já estaria ontem numa ressacada depressão futebolística, mesmo a calhar para todos os azedumes...

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