Do lado censurante ouviram-se as invectivas azedas e
convictas do costume, do lado censurado umas demagogias, sempre apoiadas na tal
pergunta a que os censurantes até hoje nunca responderam e ontem também não:
"...mas o que queriam que se fizesse a escassas semanas de se ter de
deixar de pagar ordenados e pensões?"
É que quando a palavra bancarrota deixa de ser uma palavra
para se traduzir em caos e miséria imediata, da real, faminta, para milhões, não há
palavra de ordem indignada ou ideológica que consiga responder; gritam-se, é
certo, mas não respondem!
A coisa lá se finou como já se sabia e, provavelmente, não seria isso razão para não ser feita, mas convenhamos que gastar este direito
democrático de censurar, quando o país está totalmente aluado em futebóis, é no
mínimo, cretino, e por certo um tiro no pé.
A menos que o PCP tenha apostado mal no seu totobola
político e estivesse convencido que o pessoal já estaria ontem numa ressacada
depressão futebolística, mesmo a calhar para todos os azedumes...