quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DEMOCRACIA, GRÉCIA, REFERENDO E HUMILDADE

                 Em democracia há um tempo para lutar por ideias e depois, um tempo para se pôr em prática, sem boicotes e todos juntos, o que foi a decisão da maioria, por muito errado que achemos que foi essa decisão.
Esta é a essência da democracia e qualquer argumento no sentido da avaliação da qualidade do voto ou da impreparação do povo para decidir é, sempre, um germe de tirania a querer furar para impor a vontade da tal minoria sempre indignada com as "parvoíces" que a populaça reles e enganada decide nas urnas.
É destes transportes iluminados que nascem todas as ditaduras!
A serenidade democrática é algo superior, reservado às nações mais avançadas em civilização e cidadania e que para nós, infelizmente, não passa ainda de um verniz mal aplicado e que estala à primeira dificuldade, que consiste, normalmente, em percebermos que a maioria não pensa como nós.
Sagrada ou não, bem ou mal exercida, a democracia representativa continua a ser, até aparecer quem invente melhor sistema, a única forma de exercício do poder que nos defende da ditadura "esclarecida" de todos estes que, sobranceiramente, vão sendo superiores a esse sistema que teima em equipará-los a povo, essa horda de ranhosos, burros e manipuláveis, que toda a gente sabe que não sabem votar... uma vergonha!
Só quem tem da democracia essa noção de estorvo ao exercício do poder arrogante e iluminado de quem "estudou" teoria política e que agora, vindo da direita fascista ou da esquerda marxista-qualquer coisa, pode clamar contra esse instrumento responsabilizador supremo (e assustador) da democracia que é o referendo, com que o povo grego vai, se o deixarem, decidir por fim o seu destino.

Sem comentários: